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O aroma do café guiou Eda em sua viagem interior


O aroma do café guiou Eda em sua viagem interior


Somente mesmo uma mineira para cultivar uma parreira de chuchu no balcão do seu apartamento em Paris. Ela é uma mulher assim, surpreendente!


Apesar de estar fora das Minas Gerais há décadas, as origens continuam presentes na vida de Eda Freitas. E foi o café que a reconectou com as suas raízes, assim meio por acaso, se é que o acaso existe.


Eda nasceu em Belo Horizonte, filha de um médico cirurgião e mãe artista, nascida em Luz, região central de Minas.

Chegou a Paris nos anos 1970 onde estudou Economia Internacional na famosa Sorbonne. Ela lembra que naquela época nem tomava café – “tomava cevada”. E foi quando a filha estava na escola primária que um livrinho que a menina folheava chamou a atenção de Eda. Era um livro sobre café para crianças. “Foi uma coisa mágica, uma inspiração imediata”, lembra ela que na ocasião estava buscando trabalhar com algo que a realizasse mais.

Após se capacitar sobre café no laboratório de análise sensorial de café verde da Nestlé, ela foi trabalhar na Hediard, a famosa boutique de produtos alimentícios de luxo na Praça da Madeleine, coração de Paris.

Ali, trabalhou por 20 anos, tempo em que construiu sua reputação como conhecedora de café e consolidou uma rede de contatos espalhada por todo o país.


Eda não só aumentou as vendas de café na Hediard por conta de seus blends exclusivos, mas também desenvolveu projetos culturais de grande envergadura. Como por exemplo, a realização de uma exposição sobre a história do café e o “irmanamento” do Instituto Biológico de São Paulo, maior cafezal urbano do Brasil, com as Vinhas de Montmartre, em Paris.


E foi assim, a partir da França que Eda se reconectou com suas raízes cafeeiras no Brasil.

O café foi como uma luz que guiou Eda para adentrar sua ancestralidade. Durante uma viagem de férias ao Brasil foi que descobriu que sua conexão com o mundo do café era intensa. Seu avô materno, natural de Luz, foi um dos fundadores do Banco Mineiro do Café e autor de projetos em prol do desenvolvimento da cafeicultura.

Aposentada, Eda mergulhou fundo do seu passado. A fim de preservar a memória de seus antepassados para gerações futuras, ela criou a Association France Café Brésil - Casa Grande Capitão Dú" que tem por objetivo promover intercâmbio cultural e social entre os dois países.

Através da associação, junto com a prefeitura de Luz , Eda participou da restauração da Casa do Capitão, casarão dos seus avós, hoje Museu Histórico da cidade". Revitalizado, o local se presta a diferentes atividades culturais.


Concluído um projeto, Eda se engaja em outro. No momento ela pesquisa e busca resgatar a história de sua tataravó negra, de Minas Gerais, invisiblizada pelo tabu e preconceito.

Em Paris, toda semana, Eda organiza o “Café Citoyen” em um quiosque onde ela realiza degustações promovendo cafés da região do Cerrado Mineiro entre outros. Depois de paralisada por um ano, essa atividade é retomada pouco a pouco.


Desde 2013, Eda passou a participar da Semana Internacional do Café em Belo Horizonte. Ela fará falta este ano, já que por causa da pandemia ela não estará presente no maior evento da cafeicultura brasileira, onde a participação das mulheres se faz intensa a cada ano.




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